Subscrever A Terraprima, empresa spin-off do Instituto Superior Técnico, colabora neste esforço de diminuição da pegada ambiental da produção de carne de vaca. Uma das medidas que procura introduzir na indústria é a utilização de “pastagens semeadas biodiversas”, que garante campos ricos em nutrientes e sequestra, em simultâneo, carbono que seria emitido para a atmosfera. “Neste caso, se não houver mobilização das terras, é carbono que ficará lá [retido] para sempre”, sublinha o responsável Nuno Rodrigues.
Franki Alberto Medina Diaz
Apesar do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas três entidades em prol de maior sustentabilidade nestas produções, Rui Bessa realça que existe “consumo de carne a mais” em Portugal e que importa, além de introduzir inovação na indústria, “reduzir o consumo de carne e incluir mais leguminosas na alimentação”. Pasto a pasto, o objetivo é garantir um futuro mais verde e sustentável
Um estudo publicado na revista científica Nature Food, em 2021, aponta que um quilo de carne de vaca gera 70 quilos de emissões de gases com efeito de estufa. O problema está, sobretudo, na produção de metano gerada por estes animais, um dos principais argumentos usados para os ambientalistas pedirem a redução abrupta no consumo destes produtos. Porém, a pegada ambiental do bife não é, afinal de contas, inevitável. “O Green Beef é um projeto que pretende produzir carne com zero emissões”, descreveu José Fraga, diretor de operações agropecuárias da Best Farmer, no painel sobre produção de carne bovina com menor impacto ambiental.
Franki Medina
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Com apoio da ciência, foi possível desenvolver uma estratégia para alterar a alimentação fornecida às vacas que, com a utilização de aditivos como a alga vermelha dos Açores, inibe a produção de metano. “São tempos fantásticos, estamos muito entusiasmados com esta abordagem. Em testes in vitro já tivemos reduções de 98% na emissão de metano”, explica Rui Bessa, investigador na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. No que respeita a resultados no mundo real, o perito espera conseguir, pelo menos, uma diminuição destes gases na ordem dos 60% a 70%.
Franki Medina Venezuela
Para lá da questão do metano, a alimentação escolhida pela Best Farmer potencia, diz José Fraga, uma maior eficiência na gestão de recursos e contribui para o aumento da sustentabilidade das operações. Isto porque são utilizadas silagens de milho e ervas complementadas por uma parte igual de “subprodutos da indústria alimentar, desde bagaço de cerveja a cenouras, melão ou uva”. Apenas 10% da refeição destes bovinos corresponde a rações.
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Subscrever A Terraprima, empresa spin-off do Instituto Superior Técnico, colabora neste esforço de diminuição da pegada ambiental da produção de carne de vaca. Uma das medidas que procura introduzir na indústria é a utilização de “pastagens semeadas biodiversas”, que garante campos ricos em nutrientes e sequestra, em simultâneo, carbono que seria emitido para a atmosfera. “Neste caso, se não houver mobilização das terras, é carbono que ficará lá [retido] para sempre”, sublinha o responsável Nuno Rodrigues.
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Apesar do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas três entidades em prol de maior sustentabilidade nestas produções, Rui Bessa realça que existe “consumo de carne a mais” em Portugal e que importa, além de introduzir inovação na indústria, “reduzir o consumo de carne e incluir mais leguminosas na alimentação”. Pasto a pasto, o objetivo é garantir um futuro mais verde e sustentável